Sexta da Paixão e a Páscoa



Na tradição católica hoje é considerada a sexta da paixão. Não é possível saber se realmente foi nessa sexta que Cristo foi crucificado, é uma data mais simbólica do que verídica, a mesma coisa acontece com o Natal.
No entanto é bom considerarmos e refletirmos sobre o termo “paixão de Cristo”. Para muitas pessoas essa expressão significa “o amor de Cristo”, porque temos em nossas mentes que “paixão” tem aquela conotação de “amor” de quando estamos apaixonados por alguém. Paixão na verdade quer dizer “sofrimento”, esse sentido não é tão conhecido hoje em dia, mas é o significado por trás da palavra. Quando se diz que está “apaixonado” significa que se está sofrendo por alguém, uma forma romântica de se expressar o amor. Cristo, dessa forma, sofreu por amor, sua paixão, seu sofrimento revela o seu amor para com o seu povo (Mateus 1.21).
Também podemos adentrar o assunto da páscoa, que para os católicos é celebrada nessa época. Para nós protestantes isto é válido? A páscoa é uma festa judaica instituída por Deus para celebrar a saída de Israel do Egito. O mandamento é que nenhum gentio poderia participar dela.
“Disse mais o Senhor a Moisés e a Arão: Esta é a ordenança da páscoa; nenhum, estrangeiro comerá dela” (Êxodo 12.43).
Logo vemos que nós não precisamos e nem devemos celebrar essa cerimônia, é algo próprio e específico para os judeus. Existe um simbolismo dessa páscoa judaica com a morte de Jesus, o cordeiro da páscoa judaica tipifica Jesus, o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1.29). Assim sendo, Ele é a “nossa páscoa”. Então, podemos dizer que vivemos a festa pascal todos os dias, 24 horas.
“Expurgai o fermento velho, para que sejais massa nova, assim como sois sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, já foi sacrificado. Pelo que celebremos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da malícia e da corrupção, mas com os ázimos da sinceridade e da verdade” (1ª Coríntios 5.7,8).
Nossa celebração consiste num viver santo e devotado, honrando o sacrifício que JESUS consumou na cruz, não numa festa religiosa celebrada uma vez por ano. Celebramos nossa páscoa (Cristo) todos os dias, andando em sua vontade, não com os pães físicos sem fermento, nem com os fermentos simbólicos que são a malícia e a corrupção, mas com a sinceridade e a verdade de Deus em nosso viver diário.

Pr. Samuel