![]() |
Einstein explica... |
É interessante
como alguns argumentos são ridículos. Alguém tentou argumentar comigo contra a
doutrina da predestinação dizendo que se trata apenas de uma teoria. Não sei se
ele se inspirou na controvérsia sobre o criacionismo e evolucionismo, mas
acredito que foi uma falta de conhecimento bíblico aliado a falta de revelação
do Espírito Santo.
Não podemos ir
para Bíblia para procurar formular teorias. Teorias são coisas incertas, que
possuem alguns indícios, mas que não são conclusivos para a sua afirmação. Ora
a Bíblia não é um livro de teorias, ela nos apresenta claramente o desígnio de
Deus. No entanto, se eu entender que a predestinação é apenas uma teoria,
obviamente que todos os demais ensinamentos como o livre arbítrio também serão
mera teoria. A menos que alguém argumente dizendo que não necessariamente o fato
de um pensamento ser considerado teoria que todos os outros também sejam
considerados. Mas se considerarmos um pensamento como verdadeiro, logo os
outros são falsos. E considerando este pensamento como verdadeiro, assim os
outros serão apenas teoria. Se olharmos por esse ponto de vista podemos resumir
dizendo que é fraco e nulo tal argumento, porque relativamente cada um vai
afirmar o seu pensamento em detrimento os dos outros. Sendo assim, precisamos
partir para algo que dê peso para esta ou aquela argumentação e não apenas
afirmar que tal pensamento é mera teoria, pois como já disse, esse argumento é
fraco e nulo devido a sua relatividade.
Se a Bíblia não
fosse tão clara quanto à predestinação eu mesmo seria defensor do livre
arbítrio, pois compreendo que fora dela não há outra possibilidade. Graças a
Deus que ele nos preservou a clareza do seu desígnio para que pudéssemos
apreciá-lo e entendê-lo. Alguns podem questionar porque a crença no livre
arbítrio é mais comum. Eu responderia a esta questão apenas dizendo que o homem
gosta daquilo que lhe é mais confortável. Porque não ensino mais prazeroso para
o homem do que lhe dizer que seu futuro eterno está em suas próprias mãos. O desejo
de poder que o ser humano tem revelado ao longo da história da humanidade
elucida bem esse mistério. Esse é mais um motivo que me faz entender a
predestinação como a verdade absoluta do cristianismo, porque para crer nela o
homem tem que se esvaziar e se humilhar. O livre arbítrio, por outro lado,
somente dignifica o homem colocando em sua decisão todo o poder salvífico e “humilhando”
a Deus que pacientemente se vê obrigado a sentar e esperar para ver o que o
homem vai escolher.
Um dos textos
mais fortes e que pesam contra o argumento do livre arbítrio é o que narra uma
pregação do apóstolo Paulo, que ao ver a rejeição por parte dos judeus se volta
para ensinar aos gentios. Estes tiveram uma reação exatamente ao contrário dos
judeus, que rechaçaram a mensagem.
“Os gentios, ouvindo
isto, regozijavam-se e glorificavam a palavra do Senhor, e creram todos os que
haviam sido destinados para a vida eterna” (Atos 13.48).
Esse texto é tão
claro e objetivo no português quanto o é no grego original. O escritor
intencionalmente fez questão de identificar aqueles que haviam crido. Eles
creram porque haviam sido destinados para a vida eterna. O verbo τεταγμενοι, significa
determinar ou ordenar. Dessa forma só creu na mensagem aqueles estavam
determinados para tanto, ou seja, predestinados. Não bastasse esse versículo e
ainda contamos com as palavras de Cristo quando diz:
“Quem é de Deus ouve as
palavras de Deus...” (João 8.47).
Ao afirmar isto ele mostrou que só pode ouvir [crer,
obedecer, seguir] o Evangelho aqueles que já estão selecionados pelo amor
eletivo de Deus. Os outros, porém, o recusam não porque lhes foi legada a opção
de negar, mas porque não pertencem a Deus:
“...por isso não me dais
ouvidos, porque não sois de Deus”.
Não há como encontrar argumento a favor de um livre
arbítrio, uma vez que está tão clara a determinação e beneplácito da vontade de Deus.
Pb. Samuel