Morte e Estado Intermediário


Não sabemos como os seres humanos deixariam este mundo se não tivesse havido a queda. Alguns duvidam que isso aconteceria. Mas, de qualquer maneira, o fruto do pecado , e o juízo de Deus sobre eles causam a separação do corpo e da alma pela morte do corpo (Gn 2.17; 3.19,22; Rm 5.12; 1ª Co 15.21), tornando a morte uma certeza para todos. Essa separação entre alma e corpo é a consequência da separação espiritual de Deus, que, primeiro, causou morte física ( Gn 2.17; 5.5), e essa separação será agravada depois da morte para aqueles que deixarem este mundo sem Cristo. Em si mesma, a morte é um inimigo (1ª Co 15.26) e um terror (Hb 2.15).
Para os cristãos, o terror final da morte é abolido. O próprio Jesus, o Salvador ressurreto, passou por uma morte terrível e suportou a ira de Deus. Tirou de nós a ira de Deus, e vive para ajudar-nos quando deixarmos este mundo e formos para o lugar que ele preparou no outro mundo (Jo 14.2-3). Os cristãos sabem que sua morte futura é um encontro marcado com o seu Salvador, que ele cumprirá fielmente. Paulo pôde dizer: “Para mim, o viver é Cristo, morrer é lucro”. Ele desejava “partir e estar com Cristo, o que incomparavelmente melhor” (Fp 1.21,23), sabendo que “deixar o corpo” é “habitar com o Senhor” (2ª Co 5.8).
Na morte, a alma dos crentes é aperfeiçoada em santidade e entra na vida de adoração nos céus (Hb 12.22-24). Resumindo, eles são glorificados. Alguns não aceitam isso, mas, ao contrário ensinam que há uma disciplina purgativa após a morte, que equivale a um posterior estado de santificação. Nesse purgatório, a alma é preparada por um período de tempo para ser purificada, a fim de ver a Deus. Essa doutrina não tem base bíblica. Os santos que vivem sobre a terra, na vinda de Cristo, serão aperfeiçoados moralmente para estarem com ele, no momento em que seu corpo for transformado (1ª Co 15.51-54),  e parece que Paulo e o ladrão da Cruz esperavam a mesma admissão  à presença de Deus. Outros dizem que crentes (quando morrem) passam para um sono da alma e ficam inconscientes (Lc 16.22;23.43; Fp 1.23; 1ª Co 5.8; Ap 6.9-11; 14.13).
Em si, estar sem o corpo é uma desvantagem, pois nós vivemos através do nosso corpo, e estar sem o corpo é uma situação de limitação e empobrecimento. Paulo desejava “ser revestido” com o corpo da ressurreição e não deseja de modo algum, estar “despido” (2ª Co 5.4). A ressurreição do corpo é uma esperança distintiva do cristão, confessada por todos os ramos da Igreja na face da Terra.
A morte é decisiva para o destino. A Bíblia não ensina que, após a morte, haja outra possibilidade de salvação para o perdido (Lc 16.26; Hb 9.27). Depois da morte, tanto os piedosos como os ímpios colherão o que tiverem semeado neste mundo (Gl 6.7-8).

Bíblia de Estudo de Genebra, nota em Filipenses 1.23, pág. 1414 – Ed. Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, editor geral R. C. Sproul.