Ao findar mais um ano a humanidade se reveste de um sentimento de profunda espiritualidade. Alguns apenas nessa época se lembram de ser gentis, cordiais, humildes, e outros nem mesmo nesse período mudam as suas atitudes mesquinhas e rudes. O cristão não deve esperar datas especiais para poder demonstrar boas virtudes, isso deve ser rotineiro a ele. Agora celebramos o nascimento de JESUS, ainda que não seja essa a data precisa, mas a intenção e a importância da qual ela se reveste deveria ser suficiente para nos levar a pensar um pouco sobre esse evento e como ele influencia a nossa vida.
Acreditamos em um Deus. Mas não um deus distante, frio, indiferente ao nosso sofrimento e às nossas necessidades. Cremos em um Deus que é a essência do amor, da misericórdia, do perdão, do altruísmo. A maior prova disso é o fato de comemorarmos o nascimento mais importante da história. Ali ele nos estava dizendo: Eu me importo com vocês! Eu criei vocês! Sois a obra prima de minhas mãos! O natal deve nos fazer meditar o quanto Deus se entregou e se doou por nós, simples mortais.
Como podemos conceber que o Deus criador dos céus e da terra, fundador do universo, aquele que nem mesmo os céus podem conter, nasceria de forma tão simples e humilde? Em uma noite fria a céu aberto, em meio a animais, tão pobre, tão pequeno, tão frágil. Ao mesmo tempo tão rico, tão infinito e tão poderoso. Deus quis nos mostrar esse contraste, ele queria que entendêssemos que poder não deve ser sinônimo de soberba nem de prepotência. Infelizmente vemos tantas pessoas que desprezam o seu próximo por causa da sua aparência, do seu poder aquisitivo, da sua pouca instrução, e o próprio Deus, que tinha motivos de sobra para nos desprezar, não nos tratou consoante nossas iniqüidades; antes, nos olhou com misericórdia, e se humilhou a tal ponto tornando-se um de nós. JESUS, o homem-Deus, nos ensinou que quem de fato ama, deve se colocar no lugar do outro. Ele fez isso, ele participou das nossas experiências, soube o que é nascer pobre, desprezado, sentiu-se triste, viu de perto as injustiças dos homens, viu como a malícia humana corrói o seu ego, viu como as vezes achamos que Deus nos abandona, ele sentiu todo o peso que podemos sentir. Por ter passado por tantas coisas, hoje ele tem todo o poder e autoridade, ele reina e o seu trono é eterno, mas ele teve que padecer para que pudesse entrar em sua glória.
Não precisamos sofrer tudo o que ele sofreu um dia. Precisamos apenas aprender a renunciar a nós mesmo para o bem do próximo. Quantas coisas ruins poderiam ser evitadas se nós pelo menos uma vez cedêssemos quando injuriados, caluniados, se apenas disséssemos: Pai perdoa-lhes, Eles não sabem o que fazem. JESUS nasceu para nos ensinar a cumprir a Lei de Deus, pois ela se cumpre no amor. Quem ama a Deus faz a sua vontade, e quem ama o próximo não faz nada que possa ofendê-lo, porque se coloca em seu lugar. Quando você passa por alguém que está sofrendo, como você a vê? Já tentou se imaginar se fosse você ali? É isso que falta no homem hoje, vê o seu semelhante como a si próprio.
Não vamos tornar o natal uma festa hipócrita, vamos aplicar a lição que Deus nos ensina através dele. É festa cristã, são boas novas de grande alegria. JESUS nasceu, Deus se fez um de nós, se colocou em nosso lugar. Façamos o mesmo com o nosso próximo. Não se prive de fazer o bem, não deixe que o ceticismo moderno o impeça de ver o grande milagre que aconteceu em Belém da Judéia. Não seja indiferente, afinal é Natal!
Ir. Samuel Balbino