Por que a Bíblia protestante é diferente da católica?



A diferença está apenas na quantidade de livros do Antigo Testamento. O restante é exatamente igual. Entretanto, é muito importante conhecer os motivos pelos quais esses livros foram excluídos.

Na teologia chamamos de “Cânon” a coleção dos livros sagrados. Assim temos o Cânon do Antigo Testamento (AT) e o Cânon do Novo Testamento (NT). Na organização dos livros do AT, os estudiosos hebreus definiram 39 livros, plenamente reconhecidos até hoje. No cânon do NT, católicos e protestantes estão de acordo.

Mas de onde vieram os livros adicionais do AT das Bíblias romanistas? De uma tradução grega da Bíblia judaica chamada Septuaginta, feita aproximadamente no século I a.C., período da colonização grega. Esses tradutores não se preocuparam em distinguir bem entre os livros e acabaram incluindo nessa tradução alguns escritos que circulavam na época, mas que nunca foram reconhecidos como inspirados pelas autoridades rabínicas.

Quando a Sé Romana encomendou ao famoso “São Jerônimo” a tradução da Bíblia do hebraico para o latim, ele também incluiu esses livros, não por considerá-los inspirados, mas apenas para conhecimento histórico e didático sobre o povo judeu.

Quando a Reforma estourou no século XVI, e Lutero e os demais reformadores rejeitaram os tais livros chamando-os de apócrifos (sem autoridade, não inspirados), o bispo de Roma organizou uma assembleia (concílio de Trento) e como reação ao protestantismo, declarou os mesmos livros como “canônicos” (inspirados, reconhecidos).

Finalmente, nós não aceitamos os livros apócrifos por conta  da sua origem duvidosa e por seu conteúdo ser contraditório aos ensinos de Cristo e dos apóstolos. Basta uma leitura honesta para perceber claramente o quanto eles destoam dos livros realmente inspirados e que são considerados a infalível Palavra de Deus.

Os livros apócrifos são: 1-2 Esdras, Tobias, Judite, acréscimos ao livro de Ester, Sabedoria de Salomão, Sabedoria de Siraque, Baruque, Epístola de Jeremias e acréscimos ao livro de Daniel.

Presbítero Samuel