“Tem cuidado de ti mesmo...” (1ª Timóteo 1.16).
Não é impressionante como sempre cuidamos mais dos outros que de nós mesmos? Às vezes tenho a impressão de que é algo quase que automático, tão fácil é para isso acontecer. Estive me questionando sobre isso e cheguei a uma conclusão interessante. Muitas das vezes em que “esquecemos” de nós é porque não queremos ter o trabalho de “zelar” por nossa própria vida; somos meio preguiçosos quando a questão nos diz respeito. É muito mais atraente aconselhar os outros, analisar as vidas de outrem do que parar e examinar a nós mesmos.
Isso é muito comum em pessoas que estão á frente como liderança, por exemplo, pastores, mas não significa que as demais pessoas também não possam cometer o mesmo equívoco. Aliás, eu tenho visto muito este tipo de comportamento em pessoas nas igrejas. Mas o que quero focar mesmo é a auto-análise. Não adianta apontar o problema sem expor a solução, e a solução está nas palavras de Paulo quando nos diz, “tem cuidado de ti mesmo”.
Quando nós tirarmos alguns minutos para refletir sobre esse assunto vamos perceber que todos caímos nesse erro (inclusive eu, por esta razão escrevi esse texto). Talvez você esteja tendo uma atitude dessas nesse momento. Não é errado querer aconselhar, exortar, ensinar, se você faz isso por amor à pessoa a quem aconselha está tudo certo, mas não podemos fornecer lições a menos que já as tenhamos aprendido antes. Ser um professor de “teoria” pode ser bonito aparentemente, mas viver de aparências está longe de ser atitude de cristão. O que estou querendo dizer é que precisamos cuidar primeiro de nós e só depois cuidar dos outros. Nós só podemos cuidar de algo que temos condições, de algo que temos experiência para lidar. Veja um exemplo prático. Imagine que por uma casualidade uma pessoa que não tem a mínima experiência e conhecimento na área de informática é chamada para retirar um vírus de um computador. Será que ela vai conseguir? O que ela poderá dizer ao proprietário do eletrônico? Do mesmo jeito acontece conosco. Quando queremos muito cuidar dos outros às vezes não raciocinamos e paramos para ver se temos condições dar aquele conselho, de dar aquela opinião. Há casos em que queremos tanto ajudar, mas somos nós mesmos que precisamos de ajuda.
Sabe o que devemos fazer? Ao final de cada dia faça um balanço de você mesmo. Pergunte a você mesmo: Existe algo que preciso corrigir? Como foram minhas atitudes no dia de hoje? Quando agirmos assim aquele ensino de Jesus sobre a hipocrisia não se aplicará mais a nós. “E por que vês o argueiro no olho do teu irmão, e não reparas na trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu?” (Mateus 7.3,4).
Pb. Samuel