Que Deus teve uma parte em nossa salvação, mas o restante é conosco;
Eu não encontro respaldo algum para poder concordar como a afirmação acima. Mas já ouvi pregadores dizerem: 50% é nosso e 50% é de Deus. Esta idéia absurda se sustenta na premissa de que o homem não só é capaz de cooperar como o Espírito Santo para a sua salvação, mas também para sustentá-la depois. Eu entendo que isto significa que a salvação é uma obra “mista” do homem e de Deus, ou seja, Deus precisaria da “ajudinha” do homem para ter realmente uma pessoa salva. Primeiro ele depende da decisão do homem em aceitá-lo, em seguida ele fica novamente a mercê do homem, se ele vai continuar o seguindo ou não. Um deus absurdo esse no qual muitos estão crendo.
Vejam que posições “hilárias” eu coletei em um fórum:
“Eu acho que as suas atitudes na terra é que vão te salvar, não adianta você ‘aceitar’ Jesus e continuar fazendo besteiras. As pessoas aceitam Jesus quando são batizados.”
Estão vendo a idéia que a doutrina do livre arbítrio faz as pessoas desenvolverem? Para este “irmão” acima Jesus não é necessário para a nossa salvação, aliás, parece que foi inútil ele ter vindo e morrer na cruz, o que na verdade nos salva são nossas atitudes. Se formos bonzinhos seremos salvos, se somos “mauzinhos” iremos para o inferno.
Outro disse assim:
“A salvação se constrói dia após dia, como diz Mateus 24:13: Mas, quem tiver perseverado até o fim é o que será salvo”
Como podemos construir a nossa salvação? Eu pensava que o autor da salvação era o Senhor Jesus Cristo (Hebreus 2.10), mas de acordo com este “brilhante” somos nós.
Eu citei esses dois exemplos para mostrar o malefício que acreditar no livre arbítrio traz para o homem. Uma síndrome “antropocêntrica”, isto é, o homem é o centro de tudo, todas as coisas devem girar em torno dele, inclusive Deus. A salvação, então, seria uma mera consequência da decisão humana e não da Graça Divina. Perceba que isso contradiz veementemente as palavras de Paulo quando ele escreve:
“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Efésios 2.8,9).
Se as nossas obras não são suficientes para nos fazer receber a salvação, por que elas seriam suficientes para mantê-la? Se eu não posso me gloriar por receber a salvação pelas obras, posso me gloriar por mantê-la por elas? São questões que me vêm à cabeça quando passo a considerar a possibilidade de o homem possuir livre arbítrio.
Além do mais temos o depoimento de Paulo quando diz:
“Portanto, pode também salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, porquanto vive sempre para interceder por eles” (Hebreus 7.25).
Ora, isto significa que ele não deixou algo por fazer, nem que a nossa salvação ainda precisa de qualquer tipo de complemento, pelo menos não de nossa parte, pois somos incapazes do mesmo. Se não fomos capazes de obter o presente da salvação pelas nossas próprias forças, que dirá sustentá-la até o fim. Entretanto, temos a promessa de que é o Senhor que irá completar perfeitamente a obra que ele começou em nós.
“Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a de completá-la até o dia de Cristo Jesus” (Filipenses 1.6).
As Escrituras não deixam dúvidas, nós fomos absolutamente salvos, nada pode contrariar esta verdade. Deus, em Cristo, nos salvou totalmente. E isto sem qualquer participação nossa. Talvez alguém diga: Mas fui eu que aceitei Jesus! Ai eu respondo: É impressão minha ou isto está soando como um louvor a Si mesmo? A glória não é pra ser dada somente a Deus? “para que ninguém se glorie”, não é o que está escrito? Na verdade ninguém aceita Jesus, ele não é cafezinho para ser oferecido e aceito ou recusado, ele é o Senhor dos Senhores, o Rei dos Reis. Nós o confessamos e reconhecemos como Senhor quando nosso coração é aberto por ele, somos convencidos pelo Espírito Santo, de modo que toda a Glória é somente Dele! A atitude que tomamos quando convencidos pelo Espírito não poderia ser outra, somos assim levados a crer, ele é a fonte, por isso toda a honra e glória é para ele unicamente. Os arminianos preferem dizer: Eu faço, eu escolho, eu decido!
Pr. Samuel
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