Algumas Observações sobre a Predestinação - II



3.DE QUE A PREDESTINAÇÃO INDUZ AO PECADO.
Outra afirmação equivocada acerca da doutrina da predestinação é de que ela incita as pessoas à libertinagem. Esse pensamento é muito usado para atacar a verdade cristalina da palavra de Deus tentando a desmerecer. É absolutamente ridículo que alguém que tenha ciência da sua predestinação e eleição se entregue a uma vida de libertinagem e pecado. Os que usam tal argumento parecem não acreditar em coisinha chamada “regeneração”. Se é correto pregarmos sobre salvação, também é correto falarmos sobre regeneração, novo nascimento, arrependimento. Paulo nos diz que em Cristo somos nova criatura. Fomos gerados de uma semente incorruptível. Isto significa que aqueles que foram chamados, justificados e glorificados, não podem viver mais uma vida dissoluta como antes. Por quê? Porque agora eles têm um novo pensamento, o Espírito Santo os convenceu de seus pecados, os colocou diante do “espelho espiritual” e os fez contemplar as suas imundícies, de modo que a conduta deles antes da salvação hoje apenas os envergonha.
Se existe uma pessoa que usa a doutrina da predestinação como desculpa para viver no pecado, ela esta evidenciando que não nasceu de novo, e se não nasceu de novo, não houve regeneração, e se não houve regeneração, não houve salvação, e se não houve salvação, ela permanece morta em seus delitos e pecados. Não sei porque há tanta dificuldade dos irmãos “arminianos” em compreender isso.
Ainda existe a possibilidade de pecarmos, disso não temos dúvidas. Vivemos uma verdadeira guerra contra nós mesmos todos os dias. O argumento que usam é:
“Se eu já estou salvo mesmo, não devo me preocupar, vou viver do modo que quero e no fim de tudo ainda estarei salvo”.
Os “arminianos” escondem por trás da sua lógica humana uma profunda vontade de continuar no pecado, se assim não fosse, evitariam usar um argumento tão imbecil quanto este. Eles sabem, mais do que nós, que a Bíblia nunca ofereceu suporte para tal idéia, nem Calvino ou qualquer outro mestre da palavra jamais sugeriu essa possibilidade. O que posso pensar é que inconscientemente eles desejam que fosse possível viver no pecado e mesmo assim depois ir para o paraíso. Mas para jogar uma pá de terra sobre seus mórbidos pensamentos, preferem dizer que estão guerreando arduamente contra as hostes de satanás, e que o estímulo dessa batalha é a salvação; ou você a perde ou continua com ela. Talvez isso torne as coisas mais interessantes para eles que sempre querem ter seus esforços e sacrifícios reconhecidos, o famigerado orgulho borbulhando em seus corações, e a maligna sensação de que fizeram por onde merecer.
Eu creio na predestinação, e ao contrário do que dizem os seguidores de “Pelágio”, essa doutrina despertou em mim um senso de gratidão tão extremo a Deus, que me policio violentamente para não cair nas ciladas do pecado. Não tenho medo de ir para o inferno, tai um lugar para onde NUNCA irei, nem busco santificação para angariar “créditos” com o Senhor, faço porque o amo e sou grato a ele por ter sido escolhido e salvo, mesmo sem ter nenhum mérito. Os que são regenerados de fato e verdade, não precisam estar debaixo de uma ameaça constante para perseverarem em sua piedade.

Ir. Samuel 

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